Português
Instrução: As questões 29 a 37 referem-se ao texto abaixo.
01.
|
A
crítica religiosa de Erasmo tinha grandes
|
02.
|
afinidades
com a que Lutero começou a dirigir
|
03.
|
contra
Roma, a partir de 1517: denúncia das
|
04.
|
indulgências,
defesa de um Cristianismo depurado
|
05.
|
de
idolatrias e superstições, volta ........ Bíblia,etc.
|
06.
|
Por isso,
Lutero tentou incansavelmente obter
|
07.
|
a adesão
de Erasmo, mas este respondia com
|
08.
|
evasões,
até que, pressionado pelos católicos para
|
09.
|
que
definisse sua posição, escreveu contra Lutero,
|
10.
|
em 1524,
um texto em que se colocava
|
11.
|
frontalmente
contra um dos pontos centrais da
|
12.
|
Reforma: De
Libero Arbitrio.Nesse texto, Erasmo
|
13.
|
defendia a
tese da vontade livre, consumando,
|
14.
|
assim, sua
ruptura pública com o protestantismo,
|
15.
|
que, pelo
menos em sua versão luterana, era
|
16.
|
radicalmente
determinista.
|
17.
|
Lutero
respondeu ........ um texto intitulado De
|
18.
|
Servo
Arbitrio,em que
defendia a tese de que a
|
19.
|
mera
hipótese de uma ação livre do homem,
|
20.
|
independente
de Deus ou em cooperação com Ele,
|
21.
|
já
constituía uma limitação da liberdade de Deus e
|
22.
|
uma
afronta às Escrituras, que mostravam que a
|
23.
|
queda
condenava o homem a um saber
|
24.
|
necessariamente
imperfeito e a uma razão
|
25.
|
necessariamente
heterônoma. Para Erasmo, como
|
26.
|
para os
humanistas em geral, essa doutrina era
|
27.
|
inaceitável
tanto por razões puramente religiosas –
|
28.
|
pois, sem
o pressuposto da liberdade, caem por
|
29.
|
terra
todos os preceitos morais, dirigidos a uma
|
30.
|
vontade
que pode ou não aceitá-los – quanto por
|
31.
|
razões
humanas. A Renascença havia instalado o
|
32.
|
homem no
centro da história, e Erasmo não estava
|
33.
|
disposto a
abrir mão dessa conquista, a mais
|
34.
|
valiosa
dos novos tempos. Ele não aceitava a idéia
|
35.
|
agostiniana
de natura deleta,da depravação
|
36.
|
congênita
do homem, em conseqüência do pecado
|
37.
|
original.
Para Erasmo, o homem é por natureza
|
38.
|
dotado de
razão, e ela o impele à concórdia e à
|
39.
|
solidariedade.
A violência, a guerra, a brutalidade
|
40.
|
são
contrárias ........ natureza razoável do homem.
|
|
|
29.
Assinale a alternativa que preenche,
corretamente e de acordo com o sentido do texto, as lacunas das linhas 05, 17 e
40, respectivamente.
a) a – com - à.
b) a – à – à.
c) à – a – a.
d) à – com – a.
e) à – com – à
30. É
possível distinguir quatro partes na organização do texto.
Considere as seguintes sínteses
dessas partes.
1 - Apresentação da obra em que
Erasmo se posiciona contra a Reforma.
2 - Relato da tentativa de Lutero de
persuadir Erasmo a juntar-se ao protestantismo, e da resposta negativa de
Erasmo.
3 - Exposição das razões pelas quais
Erasmo é contra a concepção luterana do homem.
4 - Explicitação da posição de Lutero com relação à natureza da ação e da razão humanas.A ordem em que essas partes se encontram no texto é
4 - Explicitação da posição de Lutero com relação à natureza da ação e da razão humanas.A ordem em que essas partes se encontram no texto é
a)
1 – 2 – 3 – 4.
b)
2 – 3 – 1 – 4.
c)
2 – 1 – 4 – 3.
d)
3 – 2 – 4 – 1.
e)
3 – 4 – 2 – 1.
31.
De acordo com o texto, pode-se afirmar que
Rouanet
a)
Conduz o leitor à certeza de que existem fatos
históricos que devem ser repensados à luz de idéias iluministas.
b)
Argumenta a favor da idéia de que Erasmo e
Lutero criticavam toda e qualquer religião, a despeito de suas próprias crenças
religiosas.
c)
Apresenta as razões pelas quais Erasmo, na obra
intitulada De Libero arbítrio,
criticou os pontos centrais da Reforma protestante.
d)
Contesta a idéia de que Lutero era contra a
liberdade de pensamento do homem.
e)
Critica o ponto de vista de Erasmo sobre a
Reforma protestante.
32. Considere as seguintes afirmações acerca de
aspectos estruturais de frases do texto.
I - Os dois-pontos na linha 03 introduzem uma
enumeração que exemplifica o que é entendido pela expressão grandes
afinidades (l. 01-02).
II - No segmento a um saber necessariamente
imperfeito e a uma razão necessariamente heterônoma (l. 23-25), a
segunda ocorrência da preposição a pode ser omitida sem prejuízo
do sentido e da correção da frase.
III - A ocorrência da preposição por
imediatamente após tanto (l. 27) torna opcional sua repetição no
segmento quanto por razões humanas (l. 30-31).
Quais estão
corretas?
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas III.
d)
Apenas I e
II.
e)
Apenas II e
III.
33. Assinale
a alternativa que estabelece uma relação de referência correta entre o primeiro
e o segundo segmentos extraídos do texto.
a) isso (l. 06) – a [crítica] que Lutero começou a dirigir contra
Roma (l. 02-03)
b) ua (l. 14) – a tese da vontade livre (l. 13)
c) essa doutrina (l. 26) – a queda condenava o homem a um saber necessariamente
imperfeito (l. 22-24)
d) dessa conquista (l. 33) – A Renascença havia instalado o homem no centro
da história (l. 31-32)
e) o (l. 38) – Erasmo (l. 37)
34. Assinale a alternativa em que, nas três palavras
portuguesas, é possível reconhecer o sentido da respectiva palavra latina
transcrita do texto.
a) Libero (l. 12)
libertino – livresco – liberal
b) Servo (l. 18)
serviço – serventia – subserviência
c) Arbitrio (l. 18)
alvitre – arborescente – arbitrário
d) natura (l. 35)
desnaturado – nauta – nativo
e) deleta (l. 35)
deletar – indelével – delação
35. o contexto em que se encontra, o nexo pelo menos (l. 15) poderia ser
corretamente substituído por
a) até
mesmo.
b) somente.
c) exceto.
d) não
apenas
e) ao
menos.
36. Considere as seguintes propostas de substituição de segmentos
do texto.
I - Substituir de Deus (l.
21) por divina.
II - Substituir morais (l.
29) por da moral.
III - Substituir razoável (l.
40) por da razão
Quais estão corretas?
a) Apenas
I.
b) Apenas
II.
c) Apenas
III.
d) Apenas
I e II.
e) Apenas
II e III.
37. Considere as propostas de reescrita do seguinte
período do texto.
Para Erasmo,
o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à
solidariedade (l. 37-39).
I - De
acordo com Erasmo, o homem é racional por natureza, e ela o leva à busca da concórdia
e da solidariedade.
II - Segundo Erasmo, por natureza, o homem é racional, e isso
o leva à busca da concórdia e da solidariedade.
III - O homem, segundo Erasmo, tem natureza racional, o que o
leva a buscar a concórdia e a solidariedade.
Quais propostas de reescrita mantêm a correção e o sentido do
texto original?
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas III.
d)
Apenas I e
II.
e)
Apenas II e
III.
As questões
38 a 42 referem-se ao texto abaixo
01.
|
Marina
me explicou muito direitinho que eu não
|
02.
|
tinha
razão. O que tinha era falta de confiança
|
03.
|
nela.
Chorou, e fiquei meio lá, meio cá, propenso a
|
04.
|
acreditar
que me havia enganado.
|
05.
|
–
Posso obrigar uma pessoa a não olhar para
|
06.
|
mim? Posso
furar os olhos do povo?
|
07.
|
Não
senhora. A coisa era diferente: Eles tinham
|
08.
|
sido
pegados com a boca na botija, grelando,
|
09.
|
esquecidos
do mundo. Tinham ou não tinham? Sim
|
10.
|
senhor,
mas sem malícia.
|
11.
|
–
Posso furar os olhos do povo?
|
12.
|
Esta frase besta foi repetida muitas vezes, e,
|
13.
|
em falta
de coisa melhor, aceitei-a. De fato, eu
|
14.
|
não tinha
visto nada. As aparências mentem. A
|
15.
|
Terra não
é redonda? Esta prova da inocência de
|
16.
|
Marina me
pareceu considerável. Tantos indivíduos
|
17.
|
condenados
injustamente neste mundo ruim!
|
18.
|
Quem pode
lá jurar que isto é assim ou assado?
|
19.
|
Procurei
mesmo capacitar-me de que Julião
|
20.
|
Tavares
não existia. Julião Tavares era uma
|
21.
|
sensação.
Uma sensação desagradável, que eu
|
22.
|
pretendia
afastar de minha casa quando me
|
23.
|
juntasse
àquela sensação agradável que ali estava
|
24.
|
a
choramingar.
|
25.
|
–
Pois bem, minha filha, não vale a pena falar
|
26.
|
mais
nisso. Enxugue os olhos. Se você diz que não
|
27.
|
foi, não
foi. Acabou-se, não se discute. Está aqui
|
28.
|
uma
lembrancinha que eu lhe trouxe. Vamos ver
|
29.
|
se fica
bonito.
|
|
|
|
Adaptado
de: RAMOS, Graciliano. Angústia. 30. ed. São Paulo: Record, 1985. p.
86.
|
38. Pode-se
reportar um diálogo por meio do discurso direto ou do indireto. Graciliano
utiliza elementos de ambos os tipos de discurso ao mesmo tempo, especialmente
no terceiro parágrafo do texto (l. 07-10).
Considere as seguintes propostas de reescrita desse parágrafo.
Considere as seguintes propostas de reescrita desse parágrafo.
(I) – Não, senhora. A coisa era diferente: vocês tinham sido
pegados com a boca na botija, grelando, esquecidos do mundo. Tinham ou não
tinham? Sim, senhor, mas sem malícia.
(II) – Não, senhora. A coisa foi diferente: vocês tinham sido
pegados com a boca na botija, grelando, esquecidos do mundo. Tinham ou não
tinham?
– Sim, senhor, mas sem malícia.
– Sim, senhor, mas sem malícia.
(III) – Não, senhora. A coisa foi diferente: vocês foram
pegados com a boca na botija, grelando, esquecidos do mundo. Foram ou não
foram?
– Sim, senhor, mas sem malícia.
– Sim, senhor, mas sem malícia.
Quais propostas são reescritas corretas, em discurso
exclusivamente direto, do terceiro parágrafo do texto?
a)
Apenas I.
b)
Apenas III.
c)
Apenas I e
II.
d)
Apenas II e
III.
e)
I, II e III.
39. Assinale
a alternativa que apresenta uma transposição gramaticalmente correta da voz
passiva para a voz ativa da frase Eles tinham sido pegados com
a boca na botija (l. 07-08).
a)
Uma pessoa os teria pegado com a boca na botija.
b)
Pessoas lhes tinham pegado com a boca na botija.
c)
Alguém os tinha pegado com a boca na botija.
d)
O povo pegou-os com a boca na botija.
e)
Tinham pegado eles com a boca na botija.
40. Considere
as seguintes afirmações sobre frases interrogativas do texto.
I - Com a frase Posso furar os olhos do povo?
(l. 11), o narrador reproduz literalmente a fala de um outro personagem.
II - Com a pergunta A Terra não é redonda?
(l. 14-15), o narrador não espera uma resposta, mas quer reforçar o argumento
de que as pessoas podem se enganar.
III - A pergunta Quem pode lá jurar que isto é
assim ou assado? (l. 18) expressa um pedido de informação que o
narrador dirige ao leitor para que este esclareça se de fato aconteceu algo
entre Julião Tavares e Marina.
Quais estão corretas?
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas III.
d)
Apenas I e
II.
e)
I, II e III.
41. O
bloco superior, abaixo, apresenta três trechos do texto; o bloco inferior,
interpretações desses trechos.
Associe adequadamente cada um dos três trechos à sua correta interpretação.
Associe adequadamente cada um dos três trechos à sua correta interpretação.
De fato, eu não tinha visto
nada. As aparências mentem. (l. 13-14)
; Tantos indivíduos condenados injustamente neste mundo ruim! (l. 16-17)
Procurei mesmo capacitar-me de que Julião Tavares não existia. (l. 19-20)
; Tantos indivíduos condenados injustamente neste mundo ruim! (l. 16-17)
Procurei mesmo capacitar-me de que Julião Tavares não existia. (l. 19-20)
1 - O narrador considera a possibilidade de que Marina não
esteja mentindo.
2 - O narrador procura persuadir-se de que há razão para não
julgar sumariamente Marina.
3 - O narrador apela para fatos que justifiquem sua
desconfiança acerca da fidelidade de Marina.
4 - O narrador dispõe-se a recorrer ao que não é racional para
acreditar em Marina.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é
a)
1 – 2 – 4.
b)
1 – 3 – 2.
c)
3 – 4 – 1.
d)
3 – 2 – 4.
e)
4 – 3 – 2.
42. Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas do trecho abaixo, na ordem em que aparecem.
Já sei o que
vai acontecer: Marina me ........ muito direitinho que eu não ........ razão. O
que ........ , na verdade, ........ falta de confiança nela. Talvez ela até
........ , talvez não.
a)
Explicou –
tinha – tinha – era – chorasse.
b)
explicará – tenho – tenho – é – chore.
c)
explicaria – tinha – teria – é – chore.
d)
explicará – teria – tinha – era – choraria.
e)
explicaria – tenho – teria – seria – chorasse.
29 – E; 30 – C; 31 – C; 32 – A; 33 – D; 34 – B; 35 – E; 36 – D; 37 – E; 38 – B; 39 – C; 40 – D; 41 – A; 42 - B
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